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sábado, 19 de maio de 2012

PRÁTICAS DE INCLUSÃO ESCOLAR COM O DOSVOX



Olá!

Hoje, quero compartilhar com vocês uma experiência bem legal que vem acontecendo em meu trabalho.

Desde 2008 tenho trabalhado com uma garotinha muito inteligente e dedicada. M.R.P.L é cega congênita e está no 3º ano do ensino fundamental, freqüenta a sala de recursos multifuncional duas vezes na semana. Aluna aprendeu o sistema braille, porém não consegue usar a máquina braille devido a uma hemiparesia do lado direito. Apesar, de a aluna ter dificuldade com a mão direita, consegue usar o dedo do meio da mão direita para manusear as teclas: setas para direta/esquerda; para cima/para baixo; Enter e BackSpace.

Diante da dificuldade apresentada, o grande desafio era escolher um instrumento de escrita que atendesse a necessidade da aluna. Após conversa entre pais, terapeuta ocupacional foi decidido pelo uso do computador com software de voz, já que era um recurso acessível à família e a aluna.

Por meio do aplicativo T- testar teclado (Dosvox), aluna explorou o teclado alfanumérico, memorizando algumas teclas.

A partir de algumas aulas com o uso do testar o teclado passou a usar o Edivox. Para essa atividade foram criadas estratégias para que aluna pudesse memorizar onde cada letra se localizava. Por exemplo, primeiro a aluna aprendeu a localizar e usar a linha mestre (asdefghjklç). A partir do uso dessa linha foram introduzidas as demais. As estratégias para localizar a linha mestre foi a de contar as teclas que se encontram do lado esquerdo do teclado alfanumérico (Ctrl, Shift, CapsLk, Tab e Aspas/apóstrofo). Aluna conta até terceira tecla, encontra o CapsLock e do lado direito dessa tecla encontra a letra A e dessa forma a letra F, posicionando os quatro dedos sobre as teclas a, s, d, f. O mesmo foi feito para aprender onde se localiza o Shift, Enter, BackSpace do lado direito. Também foi lhe explicado que a o Enter se encontra do lado direito do ç, que o Shift se encontra do lado direito do ponto e vírgula e assim por diante.

 Como aluna não consegue posicionar a mão direita sobre a linha mestre (letras j, k, l, ç), posiciona apenas a mão esquerda sobre as letras a, s, d, f, sempre observando a marcação que há na letra F e na letra H e a partir dai digita as demais letras. Outra estratégia desenvolvida foi a de memorizar a letra que está em cima ou embaixo de cada letra, sempre indicando se está mais para o lado esquerdo ou direito da letra. Por exemplo, para achar a letra P foi indicado que a mesma se encontra em cima da letra ç, que para encontrar o ponto final, o mesmo se encontra embaixo da letra L, mais para canto direito dessa letra.

Para complementar essa atividade e facilitar o uso do teclado e consequentemente, aprender a digitar com autonomia foi usados o Letravox e a ForquinhaVox (jogos educativos do Dosvox). Ao trabalharmos de forma lúdica facilitou a memorização das teclas e permitiu que aluna aprendesse a digitar e usar o teclado com autonomia.

Como tudo é um processo, mesmo antes de decidirmos pelo uso do computador para escrita em sala de aula, o trabalho realizado em sala de recursos já se preocupava com o uso do computador, primeiramente para uso dos jogos educacionais que o programa Dosvox possui, segundo porque ajuda na alfabetização. Esse trabalho foi bem importante para que aluna tivesse o sucesso que teve no uso do computador e na digitação.

            Hoje, trabalhamos para que a aluna se torne mais ágil na digitação e consiga resolver um pequeno impasse que está dificultando a autonomia total no teclado, que é o uso do Ctrl+Alt+D, como também de fazer as letras que estão sobre os números, por exemplo, que necessita de usar o Shift+ a tecla 1 (para fazer o sinal de exclamação). Essa função demanda o uso das duas mãos, o que dificulta por conta da hemiparesia. Com ajuda da terapeuta ocupacional a aluna tem melhorado e conseguido já digitar algumas teclas com o dedo do meio dessa mão. Esperamos que em breve, essa questão seja resolvida.

            Os resultados apresentados pela aluna evidenciam que as estratégias estão sendo adequadas, mas que outras terão que ser desenvolvidas para atender as necessidades que virão.

            A memória, a concentração que aluna apresenta foi fundamental para o sucesso da atividade, bem como sua dedicação. Conceitos, como: direita/esquerda, em cima/embaixo foram refinados. Ao usar a ForquinhaVox, por exemplo, ouve o refinamento da discriminação auditiva, pois é necessário prestar atenção no som para saber quantas letras tem a palavra, em que lugar a letra se localiza na palavra, para que assim saiba que palavra é.

Todo trabalho demanda um tempo e nesse caso foi um processo de mais ou menos dois anos desde que iniciamos com o uso do computador. Percebo que a atividade proposta vem resolvendo a questão da escrita para aluna, pois por meio da autonomia no teclado, consegue se expressar não somente oralmente, mas também por meio da escrita. A aluna tem conseguido participar das atividades em sala de aula como os demais alunos.

Muitas foram as estratégias desenvolvidas, mas o sucesso desse trabalho se deve principalmente pelo esforço e dedicação da aluna, bem como pela parceria estabelecida entre escola/família/terapeuta ocupacional e sala de recursos.

O uso das tecnologias é um ponto forte no trabalho das salas de recursos multifuncionais e vejo o quanto as tecnologias têm feito diferença na vida dos alunos com deficiência, como no caso da minha aluna. Hoje, a mesma usa um notebook em sala de aula com um teclado normal acoplado, pois o teclado de um desktop facilita a digitação. A intenção é que tenha também autonomia no próprio teclado do notebook, mas isso será um trabalho posterior.

Concluo dizendo, que esta é uma atividade prazerosa tanto para a aluna que a cada dia está melhor no uso do computador/Dosvox, como também para mim. É uma grande alegria ver que a tecnologia assistiva tem facilitado a vida da minha aluna.

Abraços!!!






Um comentário:

  1. Olá!
    Se alguém tiver uma experência com o DOSVOX e queira compartilhar neste blog, será muito bem vindo.

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